Hoje, ao final da tarde, o Gato Vadio acolhe uma tertúlia sobre Agroecologia & Soberania Alimentar, onde vão participar pessoas ligadas às AMAP e Urgenci, como o Samuel Thirion e a Liliana Pinto, da Agrinemus, a Maria do Carmo Bica da Rede Rural Nacional, a Aurora Santos do Colectivo Roseiras Bravas, a Filipa Botelho de Almeida d’O SOM É A ENXADA e da Horta da Partilha, e quem mais se quiser juntar.
À noite, passa o documentário «O Prato ou a Vida», sobre cantinas escolares e a diferença entre encher barrigas e alimentar pessoas. Neste documentário de Nani Moré, descobrimos até que ponto é que os alimentos passaram a ser tratados como meros produtos para saciar a ânsia de algumas empresas, e de que forma é que isso está a destruir o trabalho dos pequenos agricultores de proximidade e as culturas ecológicas. O filme lança um olhar sobre o funcionamento de cantinas escolares e em lares de idosos para perceber como é que as práticas actuais afectarão no futuro a qualidade de vida das nossas filhas e filhos. A partir da experiência vivida por uma cozinheira, descobrimos que é possível um conceito de cantina sustentável – ecológica e economicamente – e como é que esse projecto pode ser realizado, virando costas às empresas que vendem produtos e não alimentos.
+ INFO: CICLO TRANSECO, de 7 de Novembro a 5 de Dezembro, todas as quintas-feiras no Gato Vadio, Porto
Esta iniciativa, integrada no Ciclo de Reflexões sobre Práticas Socioeconómicas Alternativas do Instituto de Sociologia da Universidade do Porto, pretende trazer para a cidade e para a universidade o debate internacional sobre as economias transformadoras. Economias solidárias, feministas, decrescentistas, agroecológicas e pró-comum: vamos debruçar-nos sobre uma miríade de iniciativas transformadoras que, um pouco por todo o mundo, estão a construir alternativas ao capitalismo ao colocarem o ser humano como sujeito e finalidade da actividade económica.
A menos de um ano do Fórum Social Mundial das Economias Transformadoras, que vai acontecer em Barcelona em Junho de 2020, trazemos ecos do debate sobre essas “outras economias” que colocam a vida e as pessoas no centro. Pautadas por lógicas de cooperação, participação, auto-gestão e colectivização, esta outra forma de fazer economia dialoga sobre valores secundarizados nas sociedades, tais como o trabalho, o cuidar, a qualidade de vida e a felicidade que alimentam a produção e a reprodução das sociedades. Uma das apostas é promover a unidade entre produção e reprodução, evitando uma das contradições do sistema capitalista, que desenvolve a produtividade mas exclui crescentes sectores de trabalhadores do acesso aos seus benefícios, para além de danificar irreversivelmente vidas e recursos.